A Mozilla lançou esta semana uma nova versão do Firefox para smartphones, agora com suporte para Android, e uma interface melhorada, mais optimizada para o toque, e com novidades como o suporte para sincronização.
O Mozilla Firefox é sem dúvida um importante marco a impulsionar a modernização da web; desde que começou a ser adotado em número significativo, a meados do meio da década passada trouxe uma implementação fresca dos standards web, indo contra uma estagnação na evolução do mercado de browsers na altura do seu nascimento.
Hoje na indústria temos um novo salto mais ou menos esperado para os dispositivos móveis, sejam eles smartphones ou, como parecem as tendências ditar, tablets.
Existe um chamado crescente na comunidade para que sejam desenvolvidas aplicações web com uma interface mais adequada aos dispositivos com uma tela menor e com uma interface com o usuário diferente do que existe no desktop — existem diversos sensores, sendo o toque o input mais importante à vista dos dispositivos que inundam o mercado nos dias que correm. Os browsers móveis existentes nos sistemas operativos móveis como o iOS ou o Android, por regra, são browsers modernos, pelo que o apelo para os programadores por este lado está satisfeito em boa parte. Ainda assim, existe espaço para evolução e até inovação no mercado de browsers móvel, que possa ajudar a que a web seja uma plataforma viável para aplicações no mercado móvel.
A Mozilla está desenvolvendo o Firefox for Mobile, chamado Fennec, na sua versão 4 para Android que vem juntar-se ao Maemo, plataforma para qual o Firefox já era programado. A Mozilla justifica este browser novo na plataforma da Google com argumentos fortes: A inexistência de sincronização de dados do utilizador e preferências do browser que usa no computador para o browser que usa no telemóvel; melhor suporte para standards web; um melhor desempenho; e como não podia faltar ao Firefox, a possibilidade de desenvolver add-ons.
A interface está claramente desenvolvida para funcionar numa tela onde a resolução é um recurso precioso, que deve ser bem aproveitado, e em que o utilizador interage com o toque direto.
Tal como estamos habituados, existem separadores —tabs—, sendo completamente visuais neste interface móvel. Elas podem ser sincronizadas com o computador pessoal do usuário, criando uma transição entre o computador e o smartphone facilitada. A barra de endereços do Firefox (a Awesome Bar) está também presente como existe desde o Firefox 3 no Desktop, oferecendo uma funcionalidade de completação de endereços inteligente; voltando a enfatizar a transição fácil, a Awesome Bar consegue completar endereços que nunca tenhamos visitado no browser móvel, recorrendo ao histórico dos seus pares sincronizados. Toda esta transferência de informação é feita com recurso à cloud de forma encriptada e segura, tal como seria expectável. Usando um sistema de barras laterais que o usuário invoca deslizando o dedo na tela para puxar essas barras, temos acesso à barra de tabs, à esquerda, e no lado oposto uma “barra de ferramentas” para navegar no histórico (para trás e par a frente) e para criar um marcador (ou favorito) da página. Existe ainda suporte para add-ons, como o Firefox já nos habituou.
Por trás do Firefox for Mobile temos o mesmo motor que é usado no Firefox em Desktop, o Gecko. O suporte para novas tecnologias standard na web está então presente, nomeadamente o suporte para a tag (que permite colocar vídeos numa página web sem recorrer a plugins externos como o Flash ou o QuickTime), (similar ao vídeo, mas apenas para a componente de som), bem como WebGL que trás para a web elementos gráficos em 3D, que podem ser desenhados de forma acessível, recorrendo a uma API semelhante à do OpenGL ES 2.0. Na demonstração do WebGL podemos ainda presenciar o suporte para sensores do dispositivo, nomeadamente o acelerómetro, que naquela demo permitia controlar a velocidade de rotação do modelo tridimensional.
A área de trabalho superior providenciada pelos tablets ainda não está a ser aproveitada ao máximo, no entanto a adição de funcionalidades ao browser que façam sentido existir num dispositivo com um ecrã maior, como por exemplo a gestão de separadores visual.
É possível transferir o Firefox 4 para Android e Nokia N900 a partir da página da Mozilla.